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terça-feira, 11 de setembro de 2012

Ney Franco confia em sucesso no São Paulo e se vê em 10 anos com status de "Telê e Muricy"

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Ney Franco prevê que em 10 anos poderá ter no Morumbi o mesmo reconhecimento dedicado a Telê Santana e Muricy Ramalho






Ney Franco chegou ao São Paulo e surpreendeu ao pedir para ser cobrado desde o primeiro dia no Tricolor. E esta confiança foi reafirmada pelo treinador na entrevista de aproximadamente 25 minutos ao UOL Esporte. Ele acredita em uma passagem de êxito no clube, diz ser de uma linha vencedora e prevê que em 10 anos poderá ter no Morumbi o mesmo reconhecimento dedicado a Telê Santana e Muricy Ramalho, técnicos campeoníssimos pelo clube e que ocupam um espaço especial no coração do torcedor são-paulino.

Há dois meses no São Paulo, Ney Franco elogiou a conduta do presidente Juvenal Juvêncio, falou sobre a chance de retorno à seleção brasileira e do seu relacionamento com Mano Menezes, com quem trabalhou junto durante a passagem pela CBF (Confederação Brasileira de Futebol). Confira como foi a conversa:

UOL Esporte: Dá para considerar que treinar o São Paulo num momento de reconstrução do elenco, e com a perspectiva de ter dinheiro para reforços, é o maior desafio da sua carreira?
Ney Franco:
Acho que são etapas. Não é o maior desafio, é um desafio. Em cada clube que eu passei, sempre tive desafios. Quando eu peguei o Flamengo, tinha que tirar o time da zona do rebaixamento e a gente conseguiu fazer isso, e ainda ganhamos o Carioca. Foi a mesma coisa no Atlético-PR, quando a gente pegou um time na zona de rebaixamento e teve a competência de tirar. No Coritiba, pegamos um time na Série B e levamos para a A, um desafio enorme. Aí você volta no Ipatinga, no time do interior e é campeão mineiro contra o Cruzeiro dentro do Mineirão. São desafios diferentes, e esse é mais um que é trabalhar num clube grande, que tem as características de um histórico de conquistas. Trabalhar no São Paulo e conseguir títulos é o grande desafio neste momento.
 
UOL Esporte: A impressão que dá é a de que o São Paulo tem um elenco qualificado, porém desequilibrado, pois faltam peças sobretudo na lateral. Você concorda?
Ney Franco:
Concordo, e dentro dessas observações eu já passei para a diretoria, principalmente essa questão das laterais. Mas eu acho que isso tudo vai valer apenas para um planejamento do ano que vem, principalmente se a gente conseguir esse grande desejo, esse grande objetivo, que é disputar a Copa Libertadores. Acho que serve, como eu cheguei no meio do ano, para gente dar uma estruturada agora e depois uma reestruturada no ano que vem, porque agora está muito difícil você achar no mercado jogadores com condições de vestir a camisa do são Paulo
 
UOL Esporte: Você pediu para ser cobrado no São Paulo desde o início. Se arrepende de ter dito isso?
Ney Franco: Não me arrependo não, e independente de eu falar ou não da cobrança, ela já existe. A cultura no país é essa. Quando eu falo a cobrança, é do trabalho, do dia a dia, de vir aqui, de projetar uma equipe para chegar na conquista, de tentar ganhar os títulos. Nós estamos no meio de um campeonato, que está em aberto. A cobrança é natural por títulos e a gente quer disputar a Sul-Americana. O Brasileiro, embora a gente tenha chegado no meio, tem o sonho de ser campeão.
 
UOL Esporte: Telê Santana e Muricy Ramalho foram os dois grandes vencedores da história recente do São Paulo. Qual deles você prefere? E a qual deles o seu estilo de comandar se assemelha?
Ney Franco: Não tenho preferência. Você citou dois treinadores vencedores no futebol brasileiro. A minha linha acho que é diferente dos dois, mas que é vencedora também. Eu comecei no profissional apenas em 2005 e conquistei títulos em pouco tempo. Tenho uma linha de trabalho que já deu certo em outros clubes. Tenho uma grande oportunidade de essa metodologia ser aplicada em um clube estruturado como o São Paulo. Espero que daqui a 10, 15 anos, eu possa ser colocado na mesma prateleira desses treinadores. Eu só não sou colocado nessa mesma prateleira porque meu tempo de treinador é muito menor em relação ao Muricy, que está se não me engano aí há 20 anos no futebol. Acho que daqui a 20 anos, quando for olhar o meu currículo, com certeza a projeção vai ser de um currículo igual ao Muricy. A gente trabalha para ser até um currículo melhor.
 
UOL Esporte: Você concorda com a teoria de que os treinadores de fora do país são melhores do que os que estão aqui?
Ney Franco:
Não concordo. Acho que os treinadores brasileiros estão no mesmo nível. A diferença é que lá tem mais mídia. Você pega um treinador que trabalha no Espanhol, o que ele faz na Espanha aparece na Ásia, aparece no Japão. Agora pega o Muricy. Os três títulos seguidos que o Muricy ganhou aqui no São Paulo, vamos colocar isso na Espanha, na Inglaterra, vê o destaque que teria. A diferença é isso. A exposição maior que teria. Acho que a gente tem os treinadores como Felipão, Parreira, Autuori, Muricy, e todos eles estão no nível do Guardiola, do Mourinho. A diferença que lá eles têm mais recurso. Eles têm condição de trabalhar com o maior número de talentos pelo poderio econômico, e a mídia que eles têm que é maior do que aqui. Outra coisa: lá eles são mais respeitados. Enquanto aqui no Brasil ainda se discute se treinador ganha ou perde jogo, lá na Europa, o valor que eles dão ao treinador é muito maior. Lá não se monta uma equipe antes de acertar primeiro o treinador, pois sabem que é ele que tem que levar todo esse trabalho.
 
UOL Esporte: Juvenal Juvêncio tem fama de cartola que manda no time, interfere em tudo, gosta de mandar mesmo. Já teve algum debate desses com ele? Como reagiria se ele mandasse sacar um jogador do time?
Ney Franco:
Meu relacionamento com o Juvenal é profissional. Tenho poucos contatos com ele. Basicamente tenho nos dias de jogo, e meu relacionamento com ele é o mesmo que com qualquer profissional do clube. Respeito todos os departamentos nas suas áreas, e acho que é cada um na sua. Desta forma é que a gente está fazendo. Parte técnica, tática, quem entra jogando, quem sai, isso é relacionado ao treinador e esse respeito ele está tendo. O Juvenal tem até nos ajudado muito. Acho a presença dele nos dias de jogo no vestiário super importante. Inclusive teve uma palestra que eu pedi a presença dele no momento que eu queria ratificar que confiava no meu grupo, e queria falar isso na presença do meu presidente. Queria falar que eu cheguei e depois de seis jogos não pedi nenhuma contratação, pois confiava em quem estava ali.
 
UOL Esporte: Acha que se Marin, cartola amigo do São Paulo, não estivesse no comando da CBF, você seria liberado para assumir o clube?
UOL Esporte:
Não sei. A forma como o presidente Juvenal chegou foi uma forma acertada. Primeiramente conversando diretamente com o presidente Marin, sem sair na imprensa, sem criar nenhuma expectativa no clube de contratação, e paralelamente a isso teve o trabalho do Adalberto [diretor de futebol] comigo, bem objetivo: Ney, se tiver uma liberação da CBF para você vir trabalhar no São Paulo, você gostaria? A abordagem foi certa, e eu falei que se tivesse uma liberação eu gostaria, porque é um clube que iria me dar as condições de botar em prática o que eu penso se futebol, e que vai me dar uma estrutura para conquistar os títulos.
 
UOL Esporte: Acha que fez sentido sua saída da seleção num projeto para 2014 que é marcado pela renovação? Não teme que nunca mais tenha a oportunidade de trabalhar na CBF?
Ney Franco:
Minha saída foi muito transparente. Eu não desliguei da CBF. Eu tive a procura do presidente da CBF, que me colocou que estava tendo uma procura do presidente do São Paulo. Ele disse que eu tinha liberdade de tomar a decisão e que as portas da CBF estariam abertas para mim até pelo trabalho de alto que eu fiz, tanto dentro de campo em resultados esportivos como na ajuda na revelação de jogadores. Não me lembro, embora não tenha feito estudo, de nenhuma seleção que tivesse um sub-20 terminado a temporada e no ano seguinte cedendo oito jogadores para a principal. Somando tudo isso com a forma como foi trabalhada minha saída, não vejo que as portas estão fechadas. Logicamente que agora no futuro, sonho em voltar na condição de treinador da seleção principal a partir de 2018, 2022, e sei que só consigo isso se tiver um bom desempenho nos clubes onde eu trabalhar.
 
UOL Esporte: Como era seu relacionamento com Mano Menezes? Continua o mesmo após a sua saída da seleção?
Ney Franco:
Conversei com o Mano durante e depois da Olimpíada. Meu relacionamento com ele é bom. Não tem nenhuma mancha ou fissura depois que eu saí da CBF, e o Mano também entendeu essa possibilidade de saída minha, a oportunidade que eu estou tendo e optei por ela.
 
UOL Esporte: Como você analisa o desempenho da seleção nas Olimpíadas? Acha que poderia ter ido melhor se você estivesse lá?
Ney Franco:
Acho que a minha presença ou ausência na seleção brasileira lá não foi determinante para ganhar ou perder o ouro. Desde o momento que cheguei na seleção, quando a gente estudou todas as competições, foi definido que a Olimpíada o Mano levaria. É um caso para mim superado e que foi muito bem conversado. Hoje tenho a noção exata do trabalho que fiz dentro da CBF, que na minha avaliação foi um de muita qualidade, independente da minha participação ou não na Olimpíada.
 
UOL Esporte: Já sabe como se posicionar e gerenciar as divergências entre os CTs de Cotia e Barra Funda? Como é o seu relacionamento com o René Simões?
Ney Franco:
O relacionamento é ótimo. A gente vem trocando figurinhas aí, mas eu cheguei no São Paulo num momento que eu tinha que dar prioridade aqui, ajustar a equipe para o Brasileiro. Nos estamos numa fase de ajustes de trabalho com Cotia e eu tenho falado frequentemente com o René sobre isso, mas acho que é um trabalho para se colocado muito em pratica mesmo a partir da próxima temporada.
 
UOL Esporte: Tem algum livro, alguma doutrina no qual você se baseia no seu trabalho e cujo conteúdo você gosta de compartilhar com o time?
Ney Franco: Livro geralmente leio. Em alguns momentos, tem livros que te trazem ideia para você trazer para uma palestra com jogador. A literatura ajuda as pessoas no dia a dia, na tomada de decisões. Agora recentemente terminei de ler um livro interessante que se chama A bola não entra por acaso, que é de um profissional [Ferran Soriano] que já trabalhou dentro do Barcelona. Ele fez um estudo de 2003 para cá, do processo de marketing, de contratação e dispensa de jogador. O livro entra muito no processo da saída do Rijkaard e a chegada do Guardiola. É um livro que traz coisas interessantes sobre a história do Barcelona.      

Fonte: UOL Esporte

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