Novela sobre o futuro de Ganso pode chegar ao fim nesta quarta-feira
A nova e provavelmente última exigência do Santos para liberar Paulo
Henrique Ganso esbarra justamente na relação do clube com a DIS, grupo
de investimento que ajudou o São Paulo a viabilizar a proposta de
pagamento à vista de R$ 23,9 milhões pelos 45% de participação santista
nos direitos econômicos do meia.
Como a DIS concordou em ajudar o São Paulo na operação com R$ 7,5
milhões, não aceita a exigência do Santos em reduzir pela metade uma
dívida do clube praiano de cerca de R$ 8 milhões do qual é credora. Se
aceitasse, Ganso custaria na prática mais R$ 4 milhões para a parceria
São Paulo-DIS.
Juvenal Juvêncio e Luis Alvaro de Oliveira Ribeiro, presidentes de São
Paulo e Santos, respectivamente, acertaram no começo da tarde de
terça-feira que o clube do Morumbi pagaria R$ 23,9 milhões à vista e
que cederia ao Santos 10% do valor de uma futura transferência de Ganso
- o Santos queria 20%.
Porém, mais tarde, Pedro Luis Nunes Conceição, representante do Santos
na negociação, entrou em contato com os investidores com a intenção de
acertar a dívida do clube com a DIS.
Inicialmente, a intenção do Comitê Gestor do Santos era diminuir o
débito, que é de cerca de R$ 8 milhões, para R$ 4 milhões. A dívida do
Santos com o grupo de investidores foi criada em 2010, quando o clube
deixou de repassar à DIS a parcela à qual o grupo tinha direito sobre as
vendas dos jogadores Wesley e André, negociados com Werder Bremen e
Dynamo de Kiev, respectivamente.
Pedro Luis Nunes Conceição chegou a oferecer apenas R$ 2 milhões para
quitar a dívida, o que foi prontamente rejeitado pela DIS.
A ideia do Comitê Gestor com as novas exigências - 10% do valor de uma
futura transferência de Ganso e abatimento da dívida com a DIS - é se
posicionar perante o Conselho Deliberativo do clube. O órgão já avisou
que cobrará a atual administração caso não seja cumprida a promessa de
liberar Ganso apenas pelo valor integral da multa, que é de R$ 53
milhões.
Além disso, o Santos exige um pedido de desculpas formal de Delcir
Sonda, presidente do grupo de investimentos, algo que já foi prontamente
rejeitado pelo empresário.
Na visão da DIS, os assuntos devem ser tratados separadamente.
Primeiro, a venda de Ganso deve ser concretizada já que o São Paulo
conseguiu, com a ajuda financeira do próprio grupo de investimentos,
chegar ao valor que o Santos exigia. Posteriormente, as partes
negociarão a dívida.
Recentemente, a DIS ganhou direito de penhora de 20% das receitas que o
clube tem a receber de direitos de televisão e patrocínio, em decisão
do Tribunal de Justiça de São Paulo.
A expectativa entre os dirigentes são-paulinos é que o Santos aceite a
proposta ainda nesta quarta-feira, mesmo com a negativa da DIS em
renegociar a dívida. Entre São Paulo e Ganso já está tudo certo e o meia
deve receber cerca de R$ 300 mil mensais por um contrato de cinco
temporadas.
Fonte: UOL Esporte
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