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Por Raphael Prates
repórter da Rádio Globo, que esteve no Couto Pereira e viu o confronto ao vivo, opina sobre o jogo
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A classificação do Coritiba à final da Copa do Brasil foi justíssima.
Jogou melhor e aproveitou os diversos problemas que o São Paulo vem apresentando na temporada.
Escalações
Coritiba: Vanderlei; Ayrton, Pereira, Emerson e Lucas Mendes; William
Farias, Sergio Manoel, Rafinha (Rafael Silva) e Everton Ribeiro
(Lincoln); Roberto (Gil) e Everton Costa. T: Marcelo Oliveira
São Paulo: Denis; Rodrigo Caio, Rhodolfo, Edson Silva e Cortez
(William José); Denilson, Casemiro (Maicon), Cicero e Jadson
(Fernandinho); Lucas e Luis Fabiano. T: Emerson Leão
Organização do Coxa e repetidos erros são paulinos decidem
Leão surpreendeu ao escalar o volante Rodrigo Caio (de quem nunca gostou) como titular na lateral-direita.
O que se viu no primeiro jogo no Morumbi se repetiu no Couto Pereira:
um time organizado, com todos os jogadores sabendo suas funções, contra
outro que não pode ser chamado de equipe.
O dirigido por Marcelo Oliveira não tem os talentos individuais do São Paulo, mas sobra quando o assunto é a organização tática.
Em nove meses no Tricolor, Leão não tem legado
nenhum, não se aprofunda na parte tática e dá de ombros aos muitos erros
que comete, como por exemplo, não conseguir acertar a marcação e tirar
espaços do adversário.
É dependente de individualidades, não consegue pensar em alternativas quando suas estrelas não estão inspiradas.
O treinador passou o semestre se vangloriando de vitórias ‘enganosas’ em partidas sem valor.
A impressão é que para Leão todos são iguais: Linense, Guaratinguetá, Noroeste, Santos, Coritiba, Barcelona etc.
Afobação
O primeiro tempo começou equilibrado.
O Coxa iniciou a partida mostrando uma certa afobação.
Demorou vinte minutos para aproveitar um dos problemas que o rival têm mostrado no semestre.
Emerson, de cabeça, subiu no meio da defesa tricolor e fez 1×0.
O gol aumentou a confiança e o número de acertos do Coritiba.
A melhor chance do time paulista empatar foi de Lucas, em jogada individual.
Diferença
No segundo tempo, enquanto o São Paulo ficou esperando Luis Fabiano e
Lucas resolverem, os paranaenses trabalharam a bola e se movimentavam
muito.
Everton Ribeiro de novo teve liberdade e se destacou. Executou as funções de meia e de atacante.
Assim como aconteceu no Morumbi, Luis Fabiano falhou. Perdeu a única
chance clara que teve. É o jogador mais badalado do elenco e deve ser
cobrado.
Gol que resume
O gol da justíssima classificação coxa branca explica o maltreinado
São Paulo de Leão: Ayrton avançou com muita liberdade nas costas de
Cortez e cruzou para Everton Ribeiro, ainda mais livre.
O jogador de 1,72m marcou de cabeça com muita facilidade.
A cena foi bizarra: os zagueiros do São Paulo correm para dentro do gol, Denis é batido e o meia adversário escolhe o canto.
Incompetência
Depois do gol, o São Paulo ficou ainda mais desesperado, abusou de
chuveirinhos e Leão fez as mesmas alterações; Jadson por Fernandinho,
Casemiro por Maicon e William José por Cortez.
Dá a impressão que o treinador não vê o jogo.
O problema não era a falta de atacantes (o time terminou com quatro).
O São Paulo precisava fazer a transição com a bola e trabalha mais com ela no meio de campo.
Triste rotina tricolor.
Sem convicção, diretoria mantém Leão. Até quando?
O diretor de futebol Adalberto Baptista, que assim como toda
diretoria errou bisonhamente em muitas contratações, anunciou que não
haverá profundas mudanças e garantiu Leão. É visível o desgaste entre
direção e o treinador e a impressão é que uma troca de técnico é questão
de tempo.
Leão é o principal responsável pelo fracasso da eliminação nessa
fraca edição da Copa do Brasil, mas é injusto isentar cartolas e
jogadores.
Alguns como Luis Fabiano e Casemiro têm grande parcela de responsabilidade.
O presidente Juvenal Juvêncio deve assumir seu monte de erros,
admitir as contratações furadas que fez (Osvaldo, Paulo Miranda, Edson
Silva) e repensar a ideia de resgatar Leão para o futebol depois de
quatorze meses parado.
O Tricolor tinha o dever de estar jogando mais futebol.
Por: Raphael Prates/repórter da Rádio Globo
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