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Em conversas informais, a diretoria da CBF culpa a Justiça do
Trabalho pelo fato de Oscar ter duas inscrições. Os cartolas da entidade
sustentam que nada podem fazer diante de ordens conflitantes do
Tribunal Regional do Trabalho e do Tribunal Superior do Trabalho.
A queixa principal é de que o habeas corpus obtido pelo Internacional
no TST é vago e diz apenas o óbvio ao afirmar que o atleta tem o
direito de escolher onde quer jogar. Teria faltado uma explicação sobre a
rescisão do compromisso com o São Paulo e o pagamento da cláusula
penal. A justificativa é semelhante à usada pelo time paulista em
comunicado oficial sobre o caso.
Na CBF há ainda a alegação de que o habeas corpus deixa claro que o
TRT tem a responsabilidade de definir sobre o vínculo entre Oscar e a
equipe tricolor, reativado justamente por decisão do órgão regional.
Consultada pela Confederação Sul-Americana sobre a situação do
atleta, a CBF explicou que ele tem dois registros porque as decisões do
TRT-SP e do TST são contraditórias. E que ela não tem autonomia para
anular o acordo entre o jogador e o São Paulo, apesar do habeas corpus,
que não dá a ela esse direito.
Assim, por essa versão, a situação esdrúxula de um atleta ter
contrato com dois times foi criada sem a responsabilidade da
confederação.
A entidade também se recusou a orientar o Internacional sobre o que
fazer. Teria havido pressão do Colorado para que fosse emitido um
parecer no qual a CBF avalizasse a escalação de Oscar na Libertadores.
Porém, o temor é o de que uma opinião como essa se transforme numa
armadilha. No futuro, caso fosse punido, o Inter poderia alegar que agiu
com autorização da CBF.
No prédio da Barra da Tijuca, o comentário é de que na dúvida o Inter
não deve utilizar o jogador, pois corre sério risco de perder pontos da
partida e sofrer outras punições, se o São Paulo ganhar a briga.
Juntas, todas as pontas do imbróglio revelam uma série de pressões
dos dois clubes, ora na Justiça, ora na CBF. O jogador fica no meio do
sanduíche, sem ter para onde correr.
Fonte: Blog do Perrone/UOL
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