Nação do Maior do Mundo;
Foi um jogo cheio de emoções ambíguas, que começou com a euforia de
um ‘massacre’ no primeiro tempo e terminou com uma derrota de virada
para o honroso Bolívar, que teve a altitude e também atitude de vencer.
Mas o que realmente importa é a classificação para a segunda fase da
Libertadores. E com ela as lições que podemos tirar deste jogo.
O São Paulo começou arrasador, com gols de Luis Fabiano, Jadson e
Osvaldo. Estes dois últimos estavam impossíveis em campo. Trocando
passes precisos, o trio matou o que restava de esperança para o Bolívar
na partida. O adversário ainda diminuiu mas não tinha a menor chance de
se classificar diante da supremacia de gols imposta pelo Maior do Mundo.
Era só deixar o tempo passar na segunda etapa.
Eis o ponto: O São Paulo simplesmente não jogou no segundo tempo. E
não só pelos 3.600 mil metros. A equipe novamente mostrou os erros de
posicionamento na bola aérea que hoje permitiram a virada boliviana.
Pontos que temos que corrigir urgentemente, principalmente sabendo que
enfrentaremos La Paz novamente na fase de grupos, quando enfrentaremos o
The Strongest.
O título da imagem exprime muito o sentimento de vitória pela
classificação, mas derrota no moral. Que este jogo sirva de lição para
aqueles que ainda não sabem o que é jogar uma Libertadores. Todo jogo é
difícil, seja pela qualidade do adversário, seja pelas condições do
campo ou pelos fatores externos, como a altitude de hoje. Realmente em
La Paz não é para qualquer um. Tem gente que mal consegue atravessar o
saguão do aeroporto sem sentir os efeitos do ar rarefeito. Parece uma
panela batendo na cabeça.
Enfim, estamos lá e ponto. Era o que precisávamos e foi o que
alcançamos. Aliás, parabéns ao aguerrido Bolívar que, mesmo perdendo de
“oito” gols, fez quatro e honrou sua participação, diferente do Tigre
que não voltou para o segundo tempo. O primeiro jogo do SPFC na fase de
grupos será na quarta de cinzas em Belo Horizonte e em breve sairão
pacotes para o duelo contra o Galo. Até lá temos dois jogos no
Paulistinha e a chance de corrigir alguns erros que felizmente não
comprometeram nossa classificação.
Afinal, feio era não se classificar numa pré-Libertadores.
Saudações Tricolores!
Nota dos principais jogadores da partida:
Rogério Ceni Não teve culpa nos gols e está certo em chamar a atenção do elenco. Nota: 7,0
Paulo Miranda Bem no primeiro tempo, especialmente na marcação. Caiu na segunda etapa como todo o time. Falhou em dois gols. Nota: 4,5
Lúcio Bem no primeiro tempo. No segundo teve dificuldades assim como todo o time. Nota: 5,5
Rhodolfo Muitos erros de bola aérea na segunda etapa
e um pênalti esquisito, que deu a virada ao time boliviano. Precisa
acertar posicionamento com Lúcio com urgência. Nota: 4,0
Cortez Asim como o time, teve dois tempos distintos. Nota: 5,0
Wellington Boa partida. Mostrou evolução em relação
aos outros jogos. Sua saída no segundo tempo me preocupou. Tomara que
não tenha sentido nenhuma lesão. Melhor ser poupado no fim de semana.
Nota: 6,5
Denílson Outro que sentiu os malefícios do ar rarefeito no segundo tempo. Nota: 5,5
Jadson O melhor do SPFC em campo. Atuação impecável no primeiro tempo e um belo gol. Nota: 8,5
Douglas Achei que Ney Franco foi bem em aproveitá-lo
hoje. Jogou aberto no ataque e foi bem. Caiu na segunda etapa, como
todo o time. Nota: 5,5
Osvaldo Muito bem em campo novamente, com muita
velocidade e um gol e uma assistência para Jadson e fez um gol em uma
bela triangulação do ataque tricolor. Saiu na segunda etapa. Nota: 8,0
Luis Fabiano Gol providencial no início do jogo. Saiu no início da segunda etapa. Nota: 7,5
Aloísio, Cañete e Casemiro Entraram no segundo tempo
mas não conseguiram manter o nível da equipe do início do jogo.
Contaram também com o pouco gás do time após o esforço inicial. Notas:
5,0, 5,5 e 5,0.
Ney Franco Gostei da escalação. O São Paulo teve um
início arrasador e cumpriu seu papel com três gols que fizeram a equipe
andar em campo com a vantagem embaixo do braço. Ninguém gosta de
derrota, mas ela pode servir para muita coisa neste início de temporada.
Nota: 8,0
Por: Daniel Perrone/Globo Esporte