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Nação do Maior do Mundo;
Diferente do que aconteceu no Rio de Janeiro na quinta passada, o
resultado hoje foi ‘anormal’. Porém, completamente justo. Justo porque
apesar de jogarmos no Morumbi e com o apoio de nossa torcida, foi o
Grêmio que aproveitou melhor as chances numa partida marcada pela
superioridade de um elenco em relação ao outro, aliado aos muitos erros
do “Tricolor da Casa”.
Sem Tolói, Ney Franco usou Casemiro na zaga e manteve o esquema dos
últimos jogos. Os primeiros dez minutos foram marcados por um São Paulo
com mais iniciativa de jogo. Porém, como vem sendo costume quando
jogamos com times do mesmo nível ou melhores que o nosso, o adversário
aos poucos equilibrou as ações no principal setor do jogo (o meio campo,
para quem não sabe) e foi criando suas chances. Nosso meio-campo mais
uma vez não funcionava e era facilmente combatido pelos gaúchos. Porém,
quando o primeiro tempo partia para um zero a zero, em uma das poucas
jogadas agudas da primeira etapa, Jádson lançou magistralmente Cícero
que, como um verdadeiro centroavante, abriu o placar. Festa nas
arquibancadas até o intervalo. Resultado excelente. Era “só” marcar bem o
adversário e irritar o ótimo, porém amarelado, Kléber.
Isso não aconteceu. No segundo tempo, a equipe voltou ao seu padrão
normal de apresentações contra equipes tão ou mais fortes que ela e mais
uma vez foi dominada pelo adversário. O Grêmio só precisou ter
paciência para fazer o primeiro gol, em mais uma bobeada aérea da defesa
são-paulina. E fez seu segundo tento no finalzinho, quando a
superioridade era evidente diante da fragilidade de marcação de seu
adversário, amplificada com a enorme bobagem feita pelo seu treinador,
que tirou Casemiro para a entrada de Willian José. Cícero, que não
estava mal, teve que recuar e com Willian, definitivamente jogamos com
nove, já que Jádson havia sumido novamente da sua obrigação básica. Nem
preciso dizer o que é.
Podemos discutir a vontade do time, a eficiência do nosso meio, a
combatividade da nossa defesa, o erro na substituição ou o nosso
aproveitamento em campo. Mas uma coisa não dá para argumentar, e venho
falando desde o início do Brasileirão: Esse elenco é limitado.
Com estes jogadores ganharemos dos mais fracos que nós e perderemos dos
mais fortes. Basta ver a opinião do primeiro jogo do Campeonato e
comparar as derrotas diante de Vasco, Grêmio e Fluminense com as
vitórias em cima de Bahia, Figueirense, Flamengo e Sport. Com algumas
exceções, como as vitórias em cima de Cruzeiro e Atlético MG e as
derrotas para Atlético GO e Portuguesa, dois jogos atípicos.
Não é o treinador, não é vontade, não é falta de sorte. É falta de
elenco para alcançar o topo num ano em que muitos clubes se reforçaram
adequadamente e já vem apresentando bons resultados. Não dá para falar
em desfalques pois num campeonato longo como o Brasileirão isso é
absolutamente natural. A tendência nua e crua é que vamos continuar
ganhando e perdendo jogos e subindo e descendo na tabela do Brasileirão.
Sem sair do lugar.
Saudações Tricolores!
Nota dos personagens da partida:
Rogério Ceni Falhou nos gols, como toda a defesa. Por ser um M1TO não leva nota menor que… Nota: 6,5
Douglas Jogadas falhas mas ao menos este não se omitiu no jogo. Nota: 5,5
João Filipe Muita vontade, mas falhas no sistema defensivo comprometeram seu desempenho. Nota: 4,0
Casemiro Jogou como terceiro zagueiro, a posição que
mais vejo ele disputar vaga pois não precisa correr. Não foi mal e na
minha opinião sua saída do jogo foi um erro do nosso treinador. Nota:
5,5
Rhodolfo Jogou abaixo do que pode e contribuiu bem para as falhas na defesa. Nota: 3,5
Cortez Teve oportunidades de descer, principalmente
no segundo tempo, mas faltou um pouco mais de ousadia e precisão nos
cruzamentos. Nota: 4,5
Denílson Coitado, tá com excesso de trabalho. Marcar e armar não é fácil. Nota: 6,0
Maicon Lento na marcação e armação das jogadas. Mas não se omite no jogo. Nota: 4,0
Jadson Com ele eu perco mais tempo digitando por
justamente ser o homem da criação das jogadas, o responsável pelo ritmo
do jogo, o camisa DEZ. Se você tirar o magistral lançamento para o gol
de Cícero, não sobra nada. Absolutamente nada. Mil passes errados e uma
irritante omissão nos momentos mais importantes do jogo. Tudo o que um
jogador que tem a camisa DEZ nas costas não deveria fazer. Joelho
dolorido? Sai para não prejudicar-se mais ou a equipe. Readaptação? Já
passamos essa fase. Quem foi para ver Jádson acabou assistindo o Zé
Roberto passando a bola, cadenciando o jogo e lançando os companheiros
com muita competência. Este sim, é um autêntico maestro no meio de campo
gremista. E foi assim com Juninho Pernambucano e até com o
D’Alessandro, no Beira Rio. Nota: 3,0
Ademilson Lutou mas foi engolido pela ótima marcação gremista. Nota: 4,0
Cícero Mais um gol jogando no ataque e algumas boas tentativas, até mesmo quando jogou recuado. Nota: 7,5
Willian José Até imagino as manchetes “Willian José
não entende por que ainda não o procuraram para renovar contrato”. Nada
mais a declarar. Nota: 3,0
Ney Franco O jogo não foi marcado apenas pela
superioridade e eficiência do meio de campo gaúcho, mas também pela
besteira que nosso técnico fez ao tirar o terceiro zagueiro Casemiro
(que estava bem) para colocar um centroavante que não faz gol e recuar
o improvisado que faz. Se com três estávamos tomando sufoco imagina com
dois… Repito, Ney Franco se mostra um bom técnico e não é por esse erro
que devemos pedir a sua cabeça. É aquilo que eu falei, a solução do
SPFC não era apenas a troca de técnico. Aliás, o problema nunca foi os
técnicos que tivemos nestes últimos 12 meses. É a falta de planejamento
para construir um elenco competitivo para este Brasileirão. Rezaremos
para que Lucas, Luis Fabiano, Cañete e Wellington sejam os “Messias” do
futebol brasileiro. Mas definitivamente, nem Pepe Guardiola ou sir Alex
Ferguson dariam um jeito. Nota: 4,0
Por: Daniel Perrone/Globo Esporte
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