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“Somos anti-corintianos sim. Torcemos para o São
Paulo e contra o Corinthians. Se o Corinthians estiver jogando com a
Turma do Amendoim da rua 13, vamos torcer para eles”
falou André Nascimento
diretor da Independente
Nas últimas semanas, o sucesso do Corinthians na Copa Libertadores
mobilizou a torcida alvinegra e também os rivais, que logo ganharam o
apelido pejorativo de “antis”. Criticados por se preocuparem em secar
Tite e companhia, palmeirense e são-paulinos ignoram as provocações. No
dia da decisão, secam sem vergonha nenhuma e vestem a camisa do Boca,
único que pode impedir o inédito título continental do clube do Parque
São Jorge.
“Na minha vida inteira nunca vou desejar o Corinthians campeão nem de
pebolim. A nossa torcida vai comemorar se eles perderem sim, ainda mais
sabendo que foi dentro de casa. Agora, se acontecer o pior de tudo e
eles forem campeões, quero ir para o Cazaquistão, para a Mongólia.
Qualquer lugar que não tenha um corintiano”, diz, aos risos, Marcos
Ferreira, o presidente da organizada palmeirense Mancha Alviverde.
“Eu estou confiante e tenho fé de que não vamos precisar mudar para
lugar nenhum. A quarta vai ser de bastante festa pros ‘antis’”, emenda
André Nascimento, diretor da são-paulina Independente, que explica a
opção de seus pares. “Somos anti-corintianos sim. Torcemos para o São
Paulo e contra o Corinthians. Se o Corinthians estiver jogando com a
Turma do Amendoim da rua 13, vamos torcer para eles”, diz o torcedor.
O argumento da dupla é o mesmo. Em outras oportunidades, corintianos
fizeram o mesmo para tentar impedir que São Paulo e Palmeiras tivessem
sucesso. E a torcida pelo Boca está longe de ser uma exclusividade dos
torcedores “organizados”. Fãs ilustres dos dois clubes usaram as redes
sociais para deixar claro quem estão apoiando.
"Tá com probleminha? Senta rua, olha para a lua e pede para ela te
ajudar! Quem sabe, diz a lenda da lua cheia. Só não serve para
corintiano", disse o apresentador Ratinho, palmeirense fanático, em seu
Twitter.
"Eu me preparando para o jogo de amanhã", escreveu o roqueiro
são-paulino Nasi, com o link de um site de compras que oferecia um guia
de guerrilha. "Hoje comprarei mantimentos. Amanhã deixarei óleo fervendo
no fogão pro caso de invasão", emendou o artista.
Os populares da internet vão na mesma linha. No fim de semana, por
exemplo, Galvão Bueno aproveitou a final da Eurocopa para repetir o
bordão de que o Corinthians “é o Brasil na Libertadores”. Em poucos
minutos, o narrador foi muito criticado por torcedores de todos os
times, que defenderam a torcida pelo Boca no confronto desta
terça-feira.
A torcida é tanta que vale até se reunir para secar em grupo.
Palmeirenses mais fanáticos devem ir até o restaurante L’Osteria
Palestra, reduto do clube próximo ao Parque Antarctica, para torcer pelo
Boca. “Na semana passada já tivemos um grupo que veio aqui torcer.
Amanhã [quarta-feira] deve ser igual. Acho que vêm até uns argentinos
que estão sem ingresso”, explicou Izidoro Lopreto, dono do
estabelecimento, palmeirense e membro da Mancha.
Quem foge à regra está mais próximo dos protagonistas do confronto. O
ex-goleiro Valdir Joaquim de Moraes trabalhou nos três grandes de São
Paulo, mas tem maior identificação com o Palmeiras.
Mesmo assim, diz que
vai torcer pelo Corinthians.
"É claro que a maioria dos torcedores vai torcer contra. É assim mesmo.
Mas eu trabalhei no Corinthians, conheço pessoas de lá. O Corinthians
ganhando, cresce o futebol brasileiro", explicou Valdir.
Até Marco Aurélio Cunha, ex-dirigente do São Paulo, não adota a mesma
postura provocadora de sempre. "Torcer para o Corinthians eu não vou. Se
perder, vou continuar tirando sarro. Mas se ganhar eu vou abraçar
amigos que eu tenho, como o Fábio [Santos], o Danilo. A própria
diretoria merece, porque vem fazendo um trabalho sério", disse o hoje
vereador de São Paulo, que concorda que a ampla maioria dos torcedores
engrossará a torcida dos "antis".
Fonte: UOL Esporte
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