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Lucas reclamou da forma como era escalado por Leão
Foram 20 minutos de conversa e uma certeza: a de que Lucas está mais
tranquilo após a saída do técnico Emerson Leão do São Paulo. Em
entrevista exclusiva ao UOL Esporte, o meia-atacante admitiu que o esquema tático do antecessor de Ney Franco o prejudicava em campo.
“Com o Leão, eu ficava mais aberto acompanhando o lateral. Então às
vezes isso atrapalhava um pouco, porque se eu pego um lateral que sobe
bastante, tenho que acompanhá-lo até o meu gol, até a minha equipe,
depois não tinha até forças para atacar. Ficava indo e voltando. Às
vezes me atrapalhava um pouco, mas nada assim muito grande”.
Durante os oito meses da permanência de Leão no São Paulo, Lucas foi
visto cansado em várias partidas. Mas ele sempre minimizou o fato, sem
se queixar de forma efusiva. Por ser um jogador decisivo para o
Tricolor, dificilmente era substituído, o que aumentava o desgaste.
Lucas e Leão não tiveram uma relação das mais fáceis no São Paulo. A
polêmica maior entre os dois foi deflagrada quando o treinador criticou o
meia-atacante por abusar das jogadas individuais no duelo contra o
Independente do Pará, pela Copa do Brasil. A joia são-paulina desabafou
no Twitter na época. “Às vezes não entendo. Se parto pra cima eu estou
errado, se toco de lado, também estou errado. Não sei o que faço”.
“O que aconteceu daquela vez no Twitter foi um caso atípico, que deram
muita importância desnecessária, mas eu tinha um bom relacionamento com
ele”, reforçou Lucas ao UOL Esporte ao relembrar a polêmica.
A situação ficou mais favorável para Lucas após a saída de Leão. Com o
interino Milton Cruz, ele passou a ter mais liberdade em campo e menos
obrigações defensivas. A tendência é que a situação com Ney Franco
melhore ainda mais, pois foi com ele que o meia-atacante teve uma das
melhores atuações da carreira, defendendo a seleção brasileira no
Sul-Americano sub-20, em janeiro no ano passado.
No papo com a reportagem, Lucas falou sobre o constante assédio que
recebe do futebol europeu. Ele concordou com a tese de que se tornaria
um jogador mais completo na Europa, confessou que faz projeções sobre
atuar no Velho Continente e deixou uma definição sobre o futuro para
depois das Olimpíadas, já que agora não quer que nada atrapalhe seu foco
na conquista da inédita medalha de ouro.
“Meu foco principal é as Olimpíadas agora e não quero ficar com isso na
cabeça lá, isso pode me atrapalhar. Quero focar nas Olimpíadas, não
quero pensar na Europa, em times que vem atrás de mim. Acabando, ai eu
vejo o que for melhor para mim”.
Lucas negou qualquer tipo de preferência por um determinado centro
europeu. “Acho muito relativo isso daí né. Acho que você tendo a cabeça
boa, tendo concentração e o foco que é necessário para jogar futebol, a
gente se encaixa em qualquer estilo de jogo”.
A joia do São Paulo declarou que não tem medo de deixar o clube sem
títulos conquistados. Na visão de Lucas, a prioridade quando sair do
Tricolor é que fique uma boa imagem sua na memória dos torcedores.
“Quero deixar uma imagem de um atleta guerreiro que sempre jogou pelo
time, deu a vida, sempre tentou levar o time pra frente. Não quero ir e
deixar uma imagem ruim. De um jogador mau-caráter, que não quer nada com
nada. Quero deixar uma boa imagem. Conquistando títulos vai ser melhor
ainda. Mas se não for possível, quero deixar uma boa imagem”.
Estratégia com Luis Fabiano
Na condição de um dos melhores amigos do atacante Luis Fabiano no São
Paulo, Lucas definiu o companheiro de ataque como “explosivo e louco”.
Ele revelou uma estratégia que costuma colocar em prática quando o
companheiro de ataque se irrita com a marcação das arbitragens para que
ele não tome cartão – algo que virou corriqueiro neste Brasileirão.
“Quando a gente vê que ele está muito doido no jogo, a gente tem que
segurar um pouco. Quando ele vai falar com o juiz a gente segura, puxa,
tira do lugar. Mas é complicado dar conselho né. Eu tenho 19 anos e ele
tem 31, vou ficar dando conselho para ele?”
Momento da seleção brasileira
Um dos principais nomes da seleção brasileira para a Copa do Mundo de
2014, Lucas avaliou que o Brasil precisa evoluir taticamente para ficar
no mesmo patamar das potências como Alemanha e Espanha.
“O Brasil é visto como o país do futebol, país que revela grandes
craques. O que falta um pouco para a gente, na minha opinião, é essa
disciplina tática que tem a Espanha e a Alemanha. Mas o Brasil também
sempre conquistou muitos títulos assim”.
Fonte: UOL Esporte
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