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Bar argentino na Mooca com proprietário aficionado do Boca Juniors receberá público com maioria de pessoas torcendo contra os Gambás
Qualquer conversa entre amigos dá uma mostra clara de que a torcida
contra o Corinthians na final da Taça Libertadores da América diante do
Boca Juniors será grande, até maior do que aquela a favor. São-paulinos,
santistas e palmeirenses estão unidos para agourar o maior adversário
na busca pelo primeiro título da competição. Os “antis”, como são
chamados pelos alvinegros, têm um reduto boquense no bairro da Mooca, na
Zona Leste de São Paulo, para se reunir e torcer pelo time argentino na
decisão desta quarta-feira, às 21h50m.
O bar se chama MoocAires, junção dos nomes Mooca e Buenos Aires, mas já
foi apelidado de La Moocanera - referência, claro, ao estádio do Boca.
Com espaço para cerca de 130 pessoas em dois andares, o estabelecimento
receberá alguns torcedores do Boca nascidos na Argentina, mas a maioria
da torcida será formada mesmo pelos aficionados pelos outros times de
São Paulo que não querem ver o maior rival conquistando o título
inédito.
– Alguns amigos argentinos virão, mas a maioria mesmo torce para o São
Paulo, Santos ou Palmeiras. Eles não querem ver de jeito algum o
Corinthians conseguir este título. Terão alguns corintianos, também, mas
o clima aqui dentro será de paz. O pessoal que frequenta o bar é bem
tranquilo – disse Cristian Galarza, 41 anos, argentino de Resistencia,
capital da província de Chaco, a cerca de mil quilômetros da capital
Buenos Aires. Ele mora no Brasil há 12 anos e é o proprietário do Bar
MoocAires.
Cristian conta que os outros jogos tiveram um público bom, mas ele
espera que nesta quarta a quantidade de gente seja bem maior. O
argentino busca solidificar a tradição entre os bocaneros.
Para entrar ainda mais no clima da final da Libertadores, os
funcionários do bar irão usar um uniforme especial. Camisetas brancas,
amarelas e azuis receberam o escudo do Boca Juniors no peito. E o
símbolo do clube está por toda parte - na parede, no tampo das mesas... A
imagem de Diego Maradona, maior ídolo do futebol argentino e da
história do Boca, também está presente - uma das mesas é estampada com a
foto do gol marcado com a mão na Copa do Mundo de 1986, nas quartas de
final contra a Inglaterra.
Com medo da ação de vândalos em caso de derrota do Corinthians,
Cristian irá contratar dois seguranças particulares para tomar conta da
entrada do bar. Além disso, a polícia do bairro já foi avisada do evento
e prometeu que irá reforçar as rondas por ali durante a partida.
Cristian acredita no título do Boca. Para ele, a primeira partida será 1
a 0, e o jogo do Pacaembu acabará empatado. Pelo lado dos argentinos,
Riquelme, Ledesma e Somossa serão os jogadores que vão desequilibrar.
Pelo Corinthians, clube pelo qual, ironicamente, tem admiração no
Brasil, o dono do bar acredita que os destaques serão Ralf e Paulinho.
Incapazes, porém, de brecar os argentinos, na visão de Cristian
Fonte: Globo Esporte
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