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terça-feira, 3 de janeiro de 2012

Ademilson: a esperança de Juvenal que quase deixou o Tricolor

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Ademilson estava encostado há um ano e hoje promovido ao profissional
ganha elogios do presidente
 

A maior promessa do São Paulo na Copinha de 2012 quase deixou o clube há menos de um ano. Ademilson começou a última temporada desiludido com as poucas chances e sem grandes esperanças de embalar no Tricolor.

Em janeiro de 2011, o centroavante não tinha contrato e não havia sido inscrito na Copa São Paulo. Fatores que, aliados com a procura de empresários por ele, quase o fizeram sair do CT de Cotia sem que muita gente notasse. Mas o garoto de 17 anos ouviu os conselhos de Zé Sérgio, seu atual técnico, e ficou. Desde então, disputou um Mundial com a Seleção Sub-17, assinou um vínculo até 2014, tem somado elogios do exigente Juvenal Juvêncio e integrará o elenco profissional assim que a competição, que começa amanhã à noite para o São Paulo, se encerrar.

Tudo conquistado de uma maneira bem diferente das maiorias dos garotos de hoje. Ademilson não tem empresário e nem pretende entregar sua carreira para um deles. Quem trata do futuro é uma pessoa que ele confia muito: Mara, sua mãe.

– Tudo que acontece aqui é só a minha mãe que vem resolver. Renovei com ela, sem empresário e conseguimos tudo que a gente queria. Então vou levar minha carreira com ela mesmo – explica o atacante, que convive com o assédio dos agentes:

– Sempre me procuram. Um liga, outro liga, tentam marcar almoço, mas minha mãe tem a cabeça tranquila, não vai na conversa de ninguém. E o São Paulo, não é que não goste de empresários, mas tem o trabalho dele. Então, nós procuramos seguir o padrão do São Paulo.

Além de cuidar dos negócios do filho (que tem contrato com a Adidas até 2013), Mara é professora de educação infantil na rede pública de São Vicente. Ademilson cresceu na cidade do litoral, mas mora em Cotia desde os 14 anos. Ele começou nas escolinhas do clube e foi aprovado após um amistoso no social do Morumbi.

Nesta quarta-feira, às 21h, na Arena Barueri, contra o Palmas (TO), o camisa 9 terá a primeira chance de mostrar, aos são-paulinos, o futebol que o fez merecer tudo que já conquistou.

Confira um Bate-Bola com Ademilson, em entrevista exclusiva ao LANCENET!:

Quais são suas características?
Sou atacante, acho que finalizo bem, sou um pouco rápido, sei escorar bem e fazer o pivô. Sou um centroavante, camisa 9, que faz gol. Eu prefiro jogar dentro da área, mas se me colocarem vindo de trás ou pelos lados também sei jogar.

No Mundial Sub-17, falavam muito do Lucas Piazon, mas quem acabou se destacando foi você...
Eu não era conhecido. Também nunca tinha ido para a Seleção, mas fui tranquilo. Cheguei sem pressão e acabou dando tudo certo.

Em 2011, você fez alguns treinos no profissional. Como foi poder treinar ao lado do Luis Fabiano?
Eu só o assistia pela TV, vi na Copa do Mundo. É um dos meus ídolos ao lado do Ronaldo, é um cara fabuloso, ver ele jogar é muito bom.

Pediu dicas?
Não pedi dicas, mas tudo que ele fazia, eu ficava olhando para ver se eu conseguia fazer igual a ele.

Como você se imagina no futuro?
Eu quero chegar a ser o melhor do mundo. Não sei se em dez anos ou mais. Sei lá, não me imagino muito (risos).

Já pensa na Europa?
Europa para agora nem penso. Quero chegar no profissional, fazer meu nome no clube, virar um ídolo. Quero primeiro conquistar tudo aqui, depois ir para a Europa.

Seu apelido aqui é Henry...
Desde quando cheguei, colocaram esse apelido. Falava para me chamarem só de Ademilson, mas não teve jeito. Agora todo mundo só me chama de Henry.

Juvenal Juvêncio, em entrevista à TV Bandeirantes:
“É uma joia. Fui ver treinar uma vez e fiquei encantado. Fui na segunda, e não precisava mais. E a velocidade? E a perspicácia?
Esse moleque vai brilhar”

Artilheiro nato

Sub-11
Ademilson chegou ao clube pouco antes de completar 11 anos. Antes, ele jogava no São Paulo Center, rede de escolinhas de futebol oficial do Tricolor, em Santos. Em um amistoso contra os garotos do social, foi chamado para treinar no clube.

Sub-15
Na categoria infantil, em 2009, marcou 23 gols e terminou como o maior goleador do estadual sub-15.

Sub-17
No Paulista da categoria do ano passado, ele fez incríveis 23 gols em apenas 14 jogos (média de 1,6 por partida). Mas a equipe foi eliminada. Então, ele foi promovido ao time sub-20 e marcou o gol do título no Paulista.

Mundial
Sem nunca antes ter sido convocado para a Seleção, Ademilson foi chamado para o Mundial Sub-17, em 2011. Ao longo da competição, fez cinco gols em sete partidas. O Brasil terminou na quarta colocação.

Zé Sérgio, técnico da equipe na Copinha e ex-jogador do clube:
"O Ademilson estava fora dos planos no início do ano passado. Não é fora dos planos, mas estava naquela situação do vamos ver o que vai dar.

Ele não está dando ouvidos a quem vem de fora. Não que ele vá ser antipático e que não vá dá ouvidos, a gente nunca sabe o dia de amanhã. E essa é a condição do Ademilson hoje, ele está dando ouvido ao São Paulo. Porque o São Paulo é uma das pouquíssimas equipes que cuida do jogador, não precisa ninguém estar cuidando. Ela trata muito bem, cuida muito bem. Ela não usa que nem laranja, que chupa e joga o bagaço fora.

O Ademilson está na frente em função disso. Não quer dizer que vá dar certo, mas está mais perto do sucesso. O São Paulo é bem justo e não se aproveita de ninguém."

Fonte: LANCENET!

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