"Quando fomos gravar o filme do título mundial [Soberanos 2], o patrão autorizou minha intenção. Quero ter um filho, que seja a vontade de Deus, mas a preferência é que seja menino. Se for, vou colocar o nome dele..."
disse Aloísio
Os 40 anos de Rogério Ceni têm
motivos de sobra para serem comemorados por um amigo em especial do
goleiro: Aloísio Chulapa. O atacante, que disputará a Série A-3 do
Paulistão pela Francana, é são-paulino fanático e tem o ‘patrão’ - forma
carinhosa como costuma chamar Ceni - como seu maior ídolo, ao lado de
Telê Santana. A amizade é mantida até hoje com o goleiro, com quem
conquistou o Mundial de 2005 e os Brasileiros de 2006, 2007 e 2008.
Por conta de todo o carinho, Aloísio revelou ao Portal da Band que
decidiu fazer uma homenagem ao ex-companheiro. Vai colocar o nome do
goleiro em seu futuro filho. “Quando fomos gravar o filme do título
mundial [Soberanos 2], o patrão autorizou minha intenção. Quero ter um
filho, que seja a vontade de Deus, mas a preferência é que seja menino.
Se for, vou colocar o nome dele. Ele assinou embaixo. O patrão é um
exemplo de pessoa”, disse o atacante, que também ficará perto dos 40 no
domingo, já que completa 38 anos.
Como presente para o ídolo, Aloísio quer ver o goleiro nas próximas
convocações da seleção brasileira. Para o atacante, Ceni vive ótimo
momento, tem condições de estender a carreira para depois deste ano e
seria seu camisa 1 do Brasil na Copa do Mundo.
“Quero desejar feliz aniversário, de coração. Não sou ninguém, sou só
o Aloísio Chulapa. Fiz coisas que nunca imaginava fazer, ser campeão do
mundo, tricampeão brasileiro... E ao lado do patrão. O único presente
que eu queria dar é que ele seja o goleiro da Seleção na Copa. Ele
merece, tem condições e tem lugar no time. Pelo que ele está mostrando,
dá para jogar no ano que vem. Sei que o patrão é o Felipão, tiro o
chapéu para ele, é um dos melhores treinadores que já vi. Não é
desrespeitando, mas ele estaria entre os três meus na Copa”, disse.
Autor da assistência para Mineiro fazer o gol do título mundial de
2005, com um passe “à la Ronaldinho Gaúcho do Paraguai” - segundo sua
própria descrição do lance -, Aloísio relembrou a importância do goleiro
para a conquista de seu principal título na carreira. Ele acredita que o
camisa 01 foi fundamental tanto dentro de campo como fora dele.
“Ele motivou muito a gente no Mundial. Saiu no jornal que o Gerrard
tinha falado que o Liverpool era imbatível, que estava 14 jogos sem
perder e sem tomar gol. Ele pegou o jornal e saiu mostrando para nós na
concentração, um a um. Foi muito importante. Aí no jogo a gente fez 1 a 0
e ele meteu um muro em baixo das traves depois (risos)”, brincou.
‘Dedo do patrão’
Não foi só no Mundial que a liderança de Ceni influenciou no São
Paulo. Em 2007, após eliminação para o Grêmio nas oitavas da
Libertadores, o presidente Juvenal Juvêncio decidiu que o momento era de
reformulação. Alguns jogadores foram apontados como culpados, e Aloísio
estava entre eles, com um pé fora do Tricolor. Mas, segundo ele, Ceni
salvou sua cabeça e reuniu os jogadores para conversar. Resultado? Mais
um título brasileiro.
“Todo mundo estava de cabeça baixa,
alguns jogadores estavam para serem mandados embora. Eu, o Leandro e o
Souza não havíamos nem sido relacionados. Ficamos ali de fora. Ele
chegou e perguntou ‘o que é que houve?’. Foi e conversou comigo. No dia
seguinte, eu estava relacionado. Ele não me falou nada, mas sei que teve
o dedo do patrão”, afirmou.
“Nesse momento difícil, ele reuniu o grupo todo e conversou. Foi a
coisa mais importante. Ele é mais que um líder, é um goleiro e uma
pessoa fantástica. Com todo respeito aos outros jogadores, mas tudo que o
São Paulo conquista é muito por causa dele. Ele reuniu o grupo e falo
‘vamos ou não vamos ganhar?’. Nós fomos, recuperamos 11 pontos do Grêmio
e fomos campeões. Em 2012, foi a mesma coisa. Depois da volta do homem
[estava machucado no primeiro semestre], recuperou todo o bom futebol.
Saiu de toda aquela fase ruim que vinha passando. O homem voltou com
tudo. Para alguém chegar onde ele chegou vai ser muito difícil”,
completou.
Ceni “empresário”
Todas essas conquistas com a camisa tricolor se devem muito a Rogério
Ceni. O goleiro deu uma “ajudinha” para o clube contratar o atacante
logo após a conquista da Libertadores de 2005 sobre o Atlético-PR, então
time de Aloísio. O atacante, inclusive, foi o autor do gol do Furacão
na primeira partida da decisão, que terminou empatada por 1 a 1 – o
título são-paulino veio com goleada de 4 a 0 no Morumbi.
“Teve um escanteio e ele virou e brincou comigo. Disse para eu ir com
calma, que ele já tinha mandado o presidente me contratar. Ele falou
que ia ser a primeira pessoa a me dar um abraço no CT. Quando eu
cheguei, ele foi o primeiro a me receber e falou: ‘Não disse que eu ia
ser o primeiro?’. Graças a Deus tudo deu certo e em seguida eu estava no
São Paulo. Sou são-paulino doente, foi uma alegria e uma honra enorme”,
disse.
Despedida dupla no Morumbi
Prestes a completar 38 anos, Aloísio pretende encerrar a carreira no
ano que vem, depois de disputar o Campeonato Alagoano pelo Sport
Atalaia, time da cidade onde nasceu. Para pendurar as chuteiras com
chave de ouro, sonha com uma festa ao lado de Ceni. O palco seria o do
clube do coração.
“Quero fazer um jogo de despedida no Morumbi, ao lado do Rogério. Ia
ser uma honra. Não conversei ainda, mas vou ligar pro patrão. A gente se
fala direto, sempre mando mensagem, nos ligamos. Outro dia ele me
falou: ‘pô, você tá em forma’”, afirmou.
“O São Paulo é uma paixão muito grande minha, é meu time de infância.
Passei três anos muito bons no clube. Até hoje, além do Rogério, ainda
tenho contato com Miranda, André dias, Lugano, Fabão, Cicinho... Assisto
tudo do São Paulo, tomando meu danone com colarinho (risos), minha
cerveja”, encerrou.
Fonte: UOL Esporte